quarta-feira, 2 de maio de 2012

#manguefazadiferenca


A aprovação do novo Código Florestal na Câmara e no Senado vem causando muita polêmica, não só entre o meio acadêmico, mas na população em geral. O projeto de lei é considerado por especialistas como um absurdo retrocesso na legislação ambiental brasileira, criado unicamente para beneficiar os ruralistas e pondo em risco vários ecossistemas já impactados. Dentre os vários pontos questionáveis do novo Código, um que preocupa bastante os ambientalistas é a questão dos manguezais.
O manguezal é um ecossistema costeiro, caracterizado por ser uma transição entre os ambientes terrestre e marinho. Por estar sujeito ao regime das marés, apresenta um solo altamente salino, característica com forte influência na sua formação vegetal, que é bem típica. Seu solo é pobre em oxigênio, porém rico em nutrientes. A grande quantidade de matéria orgânica produzida no manguezal serve como fonte de alimento para a fauna estuarina e marinha.
Além da sua importância ambiental, os manguezais têm também uma enorme importância socio-econômica. Geram diversos benefícios à humanidade, como a manutenção da qualidade e fertilidade das águas estuarinas e costeiras, a proteção contra a erosão costeira e eventos climáticos extremos e o sequestro de carbono. Os mariscos que ali vivem servem como fonte de sustento para a população ribeirinha, que retiram dali seu alimento e sua renda.

Em Ilhéus, os manguezais ocupam uma área de aproximadamente 1272 ha, com áreas mais representativas na zona urbana e ao longo das margens e ilhas da porção estuarina dos rios Cachoeira, Santana, Fundão e Almada. Aqui o ecossistema já se apresenta altamente impactado, devido à criação de bairros em áreas de mangue e à poluição do rio Cachoeira.
O texto do novo Código Florestal propõe a consolidação de ocupações irregulares ocorridas em áreas de manguezal até 2008, consolida as ocupações urbanas e permite a ocupação de 35% dos manguezais nas regiões litorâneas da Mata Atlântica para a carcinicultura. Tal redução nas áreas de mangue podem causar impactos irreversíveis ao ecossistema, com danos não só à fauna e flora do manguezal, mas também à população ribeirinha que depende desses recursos para sua sobrevivência.
Pensando nisso, a ong SOS Mata Atlântica, em parceria com diversas organizações de todo o Brasil  criou o manifesto #manguefazadiferenca, com o objetivo de conscientizar a sociedade sobre a importância do manguezal e alertar  sobre o impacto das alterações do Código Florestal no ecossistema.

Entre janeiro e março, a campanha realizou 37 mobilizações em 13 Estados, incluindo a Bahia, e no Distrito Federal. 87 instituições aderiram à iniciativa e as manifestações da campanha alcançaram pelo menos 50 mil pessoas em todo o país. As mobilizações se encerraram em março, mas a campanha continua pelo facebook, twitter e no blog da ong.



Por: Thalinne Mafra e Tamine Andrade

Um comentário:

  1. Muito bom o texto meninas! Que fiquem todos atentos à um problema que também está tão próximo da nossa realidade, por isso...veta, Dilma!

    Lorena

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