quarta-feira, 30 de maio de 2012


PATÓGENOS EM ANIMAIS SILVESTRES

Se houvesse um declínio populacional de determinada espécie, qual seria sua hipótese? Com certeza a maioria das pessoas culparia o desmatamento, afinal na falta de habitat quem sobrevive? Existem aqueles que culpariam a caça, todos sabem da capacidade de extinção de espécies por conta da caça abundante. E muitas outras hipóteses surgiriam, porém poucos levantariam a hipótese da ação de patógenos.
            A maioria das doenças é causada por vírus e bactérias. Incrível como um ser microscópico consegue afetar organismos complexos como o do homem. Embora existam muitos estudos sobre as ações patogênicas no homem, pouco se sabe sobre estas ações em animais silvestres.
            Mais de 75% dos agentes patogênicos humanos são zoonóticos (Taylor et al. 2001), ou seja, são transmitidos para os seres humanos por outros animais. Isto envolve um sistema complexo de interações entre os organismos envolvidos na transmissão da doença. Assim como os animais são capazes de transmitir doenças aos humanos, nós somos responsáveis, também, por patógenos em outros animais.
            As doenças infecciosas podem ser poderosas forças em populações naturais (Lafferty, 2008). Se uma doença afetar uma espécie influente, toda a comunidade poderá sofrer consequências, e pode ocorrer alteração nas cadeias tróficas.
            Um estudo realizado com lontras (Lontra longicaudis) na Reserva Natural Salto Morato, no Paraná, conclui que a presença de parasitas nas fezes de lontra podem ser um indicativo da pressão exercida, tanto humana como de animais domésticos, geradoras de uma alta densidade de parasitas no ambiente estudado. Outro estudo, com cães ferais no sudeste comprova que estes animais transmitem doenças contagiosas como toxoplasmose, sarcosporidiose e raiva à animais silvestres.

Figura 1:  Lontra longicaudis

            Epidemias causadas por doenças infecciosas em carnívoros selvagens na África e na América do Norte nas ultimas décadas levaram a declínios populacionais. O crescimento populacional e a crescente fragmentação das populações tendem a aumentar a taxa de encontro entre a espécie humana e as demais.
            Nenhum estudo sobre ações patogênicas em animais silvestres foi realizado na Região Sul da Bahia, o que impossibilita-nos conhecer as consequências de doenças e epidemias nestes animais, e de tomarmos medidas preventivas sobre as doenças.

Autores: Débora Rocha Cruz, Éder Pinho Magalhães.


REFERÊNCIAS:

  • GALETTI, M. & SAZIMA, I. (2006). Impacto de cães ferais em um fragmento urbano de Floresta Atlântica no sudeste do Brasil. Nat. Conserv. 4, 58-63.
  • K.D.LAFFERTY, 2008. Effects of disease on community interactions and food web structure, pp. 205-222 in: OSTFELD, R.S, KEESING, F., EVINER, V.T. (2008). Infectious Disease Ecology: Effects of Ecosystems on Disease and of Disease on Ecosystems. Princeton.(N.J.): Princeton University Press, cop. 2008.
  • TAYLOR, L.H., S.M. LATHAM and M.E. WOOLHOUSE, 2001. Risk factors for human disease emergence. Philos. Trans. R. Soc. Lond B. Biol. Sci, 356: 983-989.
  • UCHÔA, T., VIDOLIN, G.P., FERNANDES, T.M., VELASTIN, G.O., MANGINI, P.R. (2004).  Aspectos ecológicos e sanitários da lontra (Lontra longicaudis OLFERS, 1818) na Reserva Natural Salto Morato, Guaraqueçaba, Paraná, Brasil. Cad. Biodivers. 4(2): 19-28.
  • Foto: http://natuculturaconservacion.blogspot.com.br/2010/09/lobito-de-rio-lontra-longicaudis.html

quarta-feira, 23 de maio de 2012



"Plasticomania":  vc faz parte desse grupo? 

Quantas sacolas você traz do mercado?  Você costuma guardar coleções de sacolas plásticas em casa, para eventuais usos que nunca acontecem?  Você permite que os estabelecimentos comerciais reforcem as sacolas? Já pensou em usar sacolas retornáveis? 

Sacolas plásticas são cada vez mais comuns no nosso dia-a-dia.  Grande parte o comércio varejista utiliza de embalagens, em  geral plásticas, para guardar e transportar  os produtos consumidos e  isso já foi adicionado a nossa rotina como algo normal, como se a etapa final de um produto adquirido fosse mesmo  um saco plástico. Nossa vinculação é tão grande que quando o fato não acontece costumamos reagir com reclamações indignadas.
A plasticomania se alastrou ao longo dos anos e tem feito mal não só  para a sociedade, mas também para o planeta.  As toneladas de lixo descartados são nestes saquinhos, que levam aproximadamente 300 anos  para  se degradar.  As inocentes sacolas plásticas do supermercado geram resíduos que levam centenas de anos para se decompor na natureza, além de aumentar os custos dos produtos. Centenas de milhares de pássaros, baleias, focas e tartarugas, entre outros animais marinhos, morrem anualmente sufocados por sacos de plástico, por os confundirem com medusas. Isto torna a poluição causada pelos sacos de plástica particularmente perigosa em ambiente marinho.



Fig. 1: Tartaruras confundem sacos plásticos com algas e acabam morrendo asfixiadas.

Uma forma sugerida para minimizar esse problema é a utilização de sacolas biodegradáveis ou oxibiodegradáveis. Mas será que esses tipos de sacolas são mesmo a solução para esse problema? As sacolas oxibiodegradáveis tem sua eficiência um pouco duvidosa. Estudos demonstram que esse tipo de sacola se desintegra em micropartículas, mas não são decompostos por fungos, bactérias ou protozoários, não podendo então, ser eliminados efetivamente da natureza. Dessa forma, eles desaparecem somente visivelmente, mas continuam fazendo parte do nosso problema, uma vez que continuam contaminando o meio ambiente. Já as sacolas biodegradáveis tem mais valor em caráter publicitário do que o real valor que esse termo apresenta, ou seja, é mais marketing para vender esse tipo de sacola do que um item realmente ecológico. Desse modo o real dano que esse produto pode causar no meio ambiente é camuflado, a fim de que todas as atenções se voltem para a utilização dessas sacolas pelos consumidores.


Fig. 2: Milhares de sacolas plasticas sendo descartadas em lixões.

Mas se essas duas formas não são realmente eficientes, como resolver o problema? A melhor solução seria a diminuição do uso de sacolas plásticas e a incorporação de sacolas retornáveis ao nosso dia-a-dia.


Fig. 3: Sacola retornável.

Estima-se que uma sacola retornável suporte em média 200 lavagens. Se a cada 3 vezes de uso houvesse uma lavagem, ela poderia ser usada 600 vezes. Uma sacola de pano carrega em volume o equivalente a 5 sacolas plásticas, sendo assim 600 vezes multiplicada por 5, seriam 3000 sacolas plásticas a menos para cada uso consciente de 1 sacola retornável. Além disso, a utilização dessas sacolas reduziria o gasto de matéria-prima e energia para a produção de sacolas plásticas, a poluição marinha e consequentemente os acidentes com animais marinhos, assim como os custos dos varejistas para compra desses sacos plásticos.
        Em Ilhéus e região, o uso de sacolas plásticas ainda é demasiadamente grande e a conscientização para utilização de sacolas retornáveis é pouco trabalhada. Não é uma prática que faz parte do cotidiano, no entanto uma tentativa foi empregada, por exemplo pela empresa de supermercados Meira que produziu e tem tentado incentivar o uso de sacolas retornáveis através da venda desse produto em suas lojas. Contudo, existe ainda a necessidade de um trabalho coletivo para incentivar essa prática, para que os consumidores realmente entendam o problema e comecem a fazer sua parte. Como a sociedade acaba muitas vezes só se atentando para um problema quando o mesmo envolve o seu orçamento, uma alternativa seria a cobrança das sacolas plásticas pelos mercados. Dessa forma pesaria no bolso dos consumidores, forçando-os de certa forma a reduzir o uso das sacolas plásticas e possivelmente sua substituição pelas ecológicas.
 O uso de sacolas retornáveis é uma importante alternativa pra uma sociedade mais sustentável.  Então se você se identificou com alguma das perguntas do inicio e viu a forma como esta contribuindo para o problema, é hora de rever suas atitudes e deixar de contribuir para essa “mania” que vem fazendo tão mal ao nosso ambiente.
Sacolas descartáveis, 1 segundo para produzir, 20 minutos de uso e 500 anos destruindo o planeta.

Referências :

http://www.ciclovivo.com.br/noticia.php/2828/a_verdade_por_tras_das_sacolas_plasticas/ Acessado em 23 de Maio.
http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/atitude/conteudo_255967.shtml Acessado em 23 de Maio.
http://www.slideshare.net/tabano/o-mal-das-sacolas-plsticas-presentation Acessado em 23 de Maio.


Hellen Ariádne e Priscila Soares Ribeiro

quarta-feira, 16 de maio de 2012

A Importância do Corredor Ecológico Esperança-Conduru


Apesar do Brasil ser um dos países com maior biodiversidade do planeta e com cerca de um teço das Florestas Tropicais ainda existentes no mundo, a intensa exploração de recursos naturais por ações antropogênicas aceleram de forma continua a fragmentação florestal no país (BRASIL, 2006).  Com o aumento da fragmentação o resultado são áreas florestais isoladas por uma paisagem degradada, o que aumenta o risco de extinção das espécies (PRIMARCK; RODRIGUES, 2001).
Neste cenário a Mata Atlântica, um dos mais importantes “hotsposts” do mundo, foi colocada desde 1991, entre os mais ameaçados do planeta (SAMBUICHI; MIELKE; PEREIRA, 2009). Vivemos no momento de maior perda de biodiversidade do mundo e não temos ideia das perdas de possibilidades de remédios, alimentos e substâncias que estão sendo extintas com esse bioma (SAMBUICHI; MIELKE; PEREIRA, 2009).

Imagem 1. Corredor Central da Mata Atlântica 

Como forma de preservação da Mata Atlântica do Sul do Estado da Bahia, foi criado em 2011 um projeto chamado ‘Corredor Ecológico Esperança-Conduru’. Os corredores ecológicos são trechos delimitados de vegetação nativa que conectam fragmentos (BRASIL, 2006). Neste projeto o principal objetivo foi planejar a paisagem do minicorredor do Parque Estadual da Serra do Conduru (município de Uruçuca) ao Parque Municipal da Boa Esperança (Município de Ilhéus) buscando conectar os remanescentes florestais. Os corredores favorecem os processos dos ecossistemas que são fundamentais para a sustentação da biodiversidade através de eventos como a polinização, dispersão de sementes, o ciclo hidrológico e a ciclagem de nutrientes. Além de permitir a mobilidade dos animais em situações de fome e o fluxo genético da flora e da fauna (BRASIL, 2006).

Imagem 2. Parque do Conduru

Foi realizado um mapeamento da área, nos anos de 2008 e em 2011, para analise da dinâmica do uso da terra, a evolução da paisagem e identificação das áreas com prioridades para restauração ambiental. Entre as ações para restauração florestal está sendo realizado o plantio de mudas de espécies nativas consideradas como necessárias para conectar fragmentos. As sementes utilizadas para essa para produção das mudas de espécies nativas são coletadas e vendidas pelos agricultores do entorno. A venda de sementes, a longo prazo, se mostra mais vantajosa do que a derrubada da árvore, ação que incentiva a preservação da diversidade mesmo dentro das pequenas propriedades.
O projeto ainda incentiva a educação ambiental, principalmente junto à sociedade civil da área como forma de conscientizar a população da importância da preservação da área reflorestada e possibilitar o desenvolvimento sustentável em conjunto com a comunidade.

Autores: Rafaela Rocha e Alan Magalhães.



Referências:
SAMBUICHI, H. R., MIELKE, M. S. & PEREIRA, C. E. Nossas Árvores: conservação, uso e manejo de árvores nativas do sul da bahia. Editora da UESC, 2009.
BRASIL. O Corredor Central da Mata Atlântica: Uma Nova Escala de Conservação da Biodiversidade. Ministério do Meio Ambiente. Brasília, 2006.
RICHARD B. & PRIMACK, T. Biologia da Conservação. Editora Efraim Rodrigues. 2001.

Fonte de Imagens: Google.
 

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Cacau a pleno sol! - “A cabruca corre perigo”


“No sul da Bahia cacau é o único nome que soa bem. As roças são belas quando carregadas de frutos amarelos. Todo princípio de ano os coronéis olham o horizonte e fazem as previsões sobre o tempo e sobre a safra”. Jorge Amado (1912-2001)

Todos na região sul da Bahia, principalmente nas cidades de Ilhéus e Itabuna, conhecem a importância que o cacau teve e vem tendo (em menores proporções na atualidade) desde 1746, ano que a Cultura do cacau foi implantada na Bahia. Sendo uma planta de ambiente úmido nativa das florestas da América, ela vegeta bem no sub-bosque e encontrou aqui na região sul da Bahia o ambiente propicio para o seu cultivo. A região sul Baiana é caracterizada por suas riquezas e magnitude da floresta tropical local, pela alta diversidade de fauna e flora existente em sua maioria endêmica da região além de tudo a pequena porcentagem do que sobrou da Mata Atlântica brasileira está contido na região nordeste do Brasil principalmente na região sul baiana.
O cacaueiro é cultivado aqui na região de forma bastante peculiar, as plantas de cacau foram implantadas no sub-bosque da mata atlântica, essa “consorciação” trouxe alguns benefícios para ambas, para o cacau uma das vantagens foi a sombra e o ambiente úmido produzido pelas grandes árvores, já para a Mata  Atlântica a única vantagem foi, não ser devastada para dá espaço para a implantação de mais plantas de cacau, esse sistema  de cultivo “agro florestal” ficou conhecido como sistema de cabruca.
O sistema cabruca vem sendo implantado há muito tempo, tendo em vista que a produção de cacau neste sistema era bastante considerável em comparação a produção de outras regiões, com isso a região sul da Bahia se tornou a maior produtora de cacau do Brasil pouco tempo depois da sua implantação em grande escala. Com isso a cabruca foi crescendo cada vez mais na região e se consolidando como um “microbioma” de extrema importância no sub-bosque da Mata Atlântica.
Nos anos 90 a baixa nos preços do cacau e a introdução da vassoura-de-bruxa (Moniliophtera perniciosa) fez com que houvesse o declínio da cultura do cacau na região, esforços foram e vem sendo feitos por órgãos como a CEPLAC (Comissão Executiva do Plano da Lavoura do Cacau) na tentativa de solucionar o problema. Estudos vêm sendo desenvolvidos por esses órgãos para combater a vassoura-de-bruxa e para obter excelência novamente na produção de cacau na região, clones de plantas resistentes e de alta produtividade é uma das soluções em que esses órgãos vêm trabalhando.

Atualmente, alguns pesquisadores propuseram como solução para o declínio da cacauicultura na região, uma mudança no sistema de cultivo, ou seja, ao invés de plantar o cacau no sistema cabruca, seria implantado o cacau a pleno sol irrigado, esse sistema de cacau a pleno sol é comprovadamente caracterizado pela sua alta produção se empregado as adubações e tratos culturais exigidas pelas plantas nessas condições, com isso o rendimento do cacau pode chegar de 50 a 100% nos primeiros dois anos (Alvim, 1966), realmente muito maior se comparado ao cacau no sistema de cabruca.
Com esse novo sistema, os investimentos no cultivo do cacau serão bem maiores, porém a produção também será maior, mas como consequência disso a cabruca deverá dar espaço para introdução desse novo sistema, ou seja, as árvores endêmicas da região, que antes eram uma aliada da cultura do cacau, serão derrubadas para dar espaço para o cultivo em alto escala do cacau. Mas até que ponto isso é necessário? Será mesmo que exterminar um dos biomas mais ricos do planeta em biodiversidade é necessário para que tenhamos o título de “Maior produtor de cacau do Brasil”? Várias espécies de animais e plantas se consolidaram nesse bioma, a modificação desse habitat causará imensos prejuízos à vida desses animais e plantas podendo levar à extinção de vários indivíduos endêmicos dessa região.
Concluindo, deixamos o seguinte questionamento.
Até que ponto a natureza deve ser sacrificada para dar lugar ao artificial?


Por: Acta Maiara E. Maciel.
Marcelo R. Evangelista da Silva.

Referências
DANTAS, P. A. S. Relação entre fertilidade do solo e nutrição do cacaueiro no sul da Bahia. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Produção Vegetal da Universidade Estadual de Santa Cruz; Ilhéus-2011.
ALVIM, P. T. O Problema do Sombreamento do Cacaueiro. Cacau Atualidades, 1966, v. 3, n.2, p. 2-5.

Links Utilizados:
http://www.ceplac.gov.br/radar/sistema_agro.htm (acessado no dia 09/05/2012, as 10hs57min)

quarta-feira, 2 de maio de 2012

#manguefazadiferenca


A aprovação do novo Código Florestal na Câmara e no Senado vem causando muita polêmica, não só entre o meio acadêmico, mas na população em geral. O projeto de lei é considerado por especialistas como um absurdo retrocesso na legislação ambiental brasileira, criado unicamente para beneficiar os ruralistas e pondo em risco vários ecossistemas já impactados. Dentre os vários pontos questionáveis do novo Código, um que preocupa bastante os ambientalistas é a questão dos manguezais.
O manguezal é um ecossistema costeiro, caracterizado por ser uma transição entre os ambientes terrestre e marinho. Por estar sujeito ao regime das marés, apresenta um solo altamente salino, característica com forte influência na sua formação vegetal, que é bem típica. Seu solo é pobre em oxigênio, porém rico em nutrientes. A grande quantidade de matéria orgânica produzida no manguezal serve como fonte de alimento para a fauna estuarina e marinha.
Além da sua importância ambiental, os manguezais têm também uma enorme importância socio-econômica. Geram diversos benefícios à humanidade, como a manutenção da qualidade e fertilidade das águas estuarinas e costeiras, a proteção contra a erosão costeira e eventos climáticos extremos e o sequestro de carbono. Os mariscos que ali vivem servem como fonte de sustento para a população ribeirinha, que retiram dali seu alimento e sua renda.

Em Ilhéus, os manguezais ocupam uma área de aproximadamente 1272 ha, com áreas mais representativas na zona urbana e ao longo das margens e ilhas da porção estuarina dos rios Cachoeira, Santana, Fundão e Almada. Aqui o ecossistema já se apresenta altamente impactado, devido à criação de bairros em áreas de mangue e à poluição do rio Cachoeira.
O texto do novo Código Florestal propõe a consolidação de ocupações irregulares ocorridas em áreas de manguezal até 2008, consolida as ocupações urbanas e permite a ocupação de 35% dos manguezais nas regiões litorâneas da Mata Atlântica para a carcinicultura. Tal redução nas áreas de mangue podem causar impactos irreversíveis ao ecossistema, com danos não só à fauna e flora do manguezal, mas também à população ribeirinha que depende desses recursos para sua sobrevivência.
Pensando nisso, a ong SOS Mata Atlântica, em parceria com diversas organizações de todo o Brasil  criou o manifesto #manguefazadiferenca, com o objetivo de conscientizar a sociedade sobre a importância do manguezal e alertar  sobre o impacto das alterações do Código Florestal no ecossistema.

Entre janeiro e março, a campanha realizou 37 mobilizações em 13 Estados, incluindo a Bahia, e no Distrito Federal. 87 instituições aderiram à iniciativa e as manifestações da campanha alcançaram pelo menos 50 mil pessoas em todo o país. As mobilizações se encerraram em março, mas a campanha continua pelo facebook, twitter e no blog da ong.



Por: Thalinne Mafra e Tamine Andrade