quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

CONSTRUÇÃO BARRAGEM EM ITAJÚ DO COLONIA



Em novembro do ano passado foi assinado o contrato para a construção da barragem do rio Colônia em Itapé. A construção que está avaliada em aproximadamente R$ 50 milhões, promete trazer a solução para o abastecimento de água em Itabuna pelos próximos 50 anos pois a cidade atualmente sofre com escassez de água para realizar o abastecimento e visa também contribuir para controlar, parcialmente, as enchentes do rio Cachoeira, que inundam a cidade. Inicialmente, a primeira etapa do projeto visa à desapropriação de 3,6 mil hectares de terras entre os municípios de Itapé, Jussari e Itajudo Colônia.



Na imagem acima a seta vermelha indicando a localização da barragem do rio Colônia. Reproduzido do Relatório de Impacto do Meio Ambiente – RIMA da barragem do rio Colônia.
  
O estudo dos impactos ambientais que a obra virá a trazer, foi realizado pela empresa Geohidro Consultoria Sociedade Simples Ltda. O relatório parcial emitido pela mesma trás em seu conteúdo a descrição e caracterização do empreendimento e sua área de influência, a síntese da qualidade ambiental atual e a avaliação dos impactos ambientais e do prognóstico ambiental.
Em seu relatório, a empresa cita como efeitos negativos diretos: o alagamento de áreas de pastagens em fazendas de gado, onde segundo a empresa a mata antes localizada foi praticamente devastada, prevê também o alagamento de um trecho da estrada estadual BA 120 – Itapé/Itajudo Colônia e da rede de distribuição de energia da COELBA que margeia esta rodovia. Contudo, dizem que a barragem não vai alagar nenhuma vila. Para estes problemas que não podem ser ignorados tampouco subestimados em sua importância, afinal estamos falando do alagamento de áreas e o deslocamento de famílias inteiras que provavelmente viveram ali por toda sua vida e possuem toda uma historia construída no local, propõe como solução a indenização das famílias que possuem propriedades no local, em seu relatório não citam como será calculado esse valor, sugerem relocar a estrada BA 120 e a rede de distribuição da COELBA e segundo eles pretendem estabelecer uma faixa de proteção permanente (100m ao redor do lago, na cota de cheia máxima normal e pretendem realizar manejo.
Quanto aos aspectos tocantes ao ecossistema região da bacia do rio Colônia, originalmente esta era quase que totalmente recoberta com vegetação característica pertencentes ao bioma da Mata Atlântica, que possui altíssima riqueza de diversidade biológica, além de abrigar um grande número de espécies de distribuição restrita a esse grande ecossistema. Segundo a empresa, não foram encontradas espécies endêmicas na região, as espécies encontradas apresentam ampla distribuição pelo bioma da mata Atlântica, aqui a situação é cabível de crítica, somente porque essas espécies existem em outros locais estas podem ser descartadas? Aqui a empresa não leva em consideração a biodiversidade relativa a conjunto de genes, e com isso podem ser perdidos genes importantes para a manutenção da biodiversidade gênica. Outro ponto de defesa que a empresa trás quanto ao desmatamento que irá ocorrer no local é de que nenhuma espécie encontrada no levantamento realizado faz parte da lista de espécies ameaçada de extinção.
O levantamento das espécies do local revelou o total 135 espécies de vertebrados terrestres, sendo 11 espécies de anfíbios, 14 de répteis, 97 de aves e 13 de mamíferos.



Duas espécies de pererecas encontradas no local Dendropsophusbranneri e Hypsiboas
Crepitansrespectivamente.



Partindo dessa perspectiva, independente dos impactos ambientais que serão causados na construção da barragem, os interesses políticos e econômicos prevalecem. Através de alterações ambientais como essas é que a biodiversidade de plantas e animais está ameaçada.

REFERENCIAS:

Bahia (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Urbano. Estudo de Impacto Ambiental da Barragem do Rio Colônia EIA/RIMA: Volume IV – Relatório Síntese do Estudo de Impacto Ambiental. Geohidro, setembro de 2011. Disponível em http://www.inema.ba.gov.br/estudos-ambientais/eia-rima acesso em 25 jan. 2012.


Por: Kleber Gonçalves 
       Maria Rafaela Andrade
       Marcos Ramos

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

RE (fazendo o) CICL(o) AGE(nte) M(esmo)!

Refazer é difícil, mas é responsabilidade de todos nós. Mas como fazer isso? É neste momento que fica a desculpa: "não sei como e o que faço para mudar alguma coisa!". E assim, ficamos inertes a uma situação que está a nossa frente. Falar sobre os 3 R's (erres) é corriqueiro: Reduzir, Reutilizar e Reciclar, no entanto não fazemos isso. O mundo é palco de uma constante crise CONSUMO X MEIO AMBIENTE e nós seres humanos estamos imersos nesses dois contextos. Reciclar para reduzir os danos ao Meio Ambiente, mas reutilizar o que temos é fora de moda. Logo a responsabilidade cai sobre nós e a conservação/reconstrução desse ambiente é obrigação nossa, para que tenhamos o direito que garante a Constituição de 1988 do artigo 225: "Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-la e preservá-la para as presentes e futura gerações".

Assumir uma postura diferente é decisão nossa, assim como fez uma moradora do bairro Salobrinho em Ilhéus. Conhecida como Dona Gracinha, esta trabalha a anos com a coleta de lixo reciclável em seu bairro, porém sente dificuldade em multiplicar essa ideia. Esse dilema fica claramente explícito no documentário denominado "Gracinha - Reciclar até o fim do mundo". A dificuldade de reconhecer que esse é um problema nosso e que a solução também deve partir de nós, é o que Dona Gracinha tenta passar com sua atitude. 

Documentário "Gracinha - Reciclar até o fim do Mundo"
(Parte 1)
(Parte 2)
(Parte 3)

É necessário ver a crise, mas não contribuir mais para o seu crescimento, falar sobre recilagem parece tão corriqueiro e consciente, contudo quando pensamos nisso não sabemos o que fazer. Por isso temos a seguir algumas dicas de vídeo e blogs que ensinam como reutilizar alguns materiais e até mesmo gerar algum lucro com isso. 
A Sherol Vinhas descobriu que é possível unir sofisticação com  reciclagem e ensina passo a passo isso no seu blog. http://sherolvinhas.blogspot.com/p/passo-passos.html
Depois que você produzir os itens da Sherol Vinhas, pode comercializa-los e guardar o seu dinheiro em um porta moedas muito ecológico e fácil de fazer seguindo o passo a passo no blog da Maíra Fontana. http://reciclagemearte.blogspot.com/2011/10/porta-moedas-divertido-upcyclung-tubo.html
Para somar o lucro obtido, sente-se confortavelmente em um puff de garrafes pet que pode ser feito facilmente seguindo os passos do vídeo a seguir:
   

Se lhe falta habilidade para produzir os itens demonstrados acima, uma maneira fácil e acessível a todos nós para contribuir com a conservação do meio ambiente, é através do consumos sustentável. Isso significa consumir menos e melhor, ou seja, não consumindo mais que o necessário e escolher para ser consumido produtos menos impactantes ao meio ambiente ou produzidos por empresas que possuem Selos de Certificação Ecológica, onde garante que tal empresa exerce um papel de responsabilidade social e ecológica.

Fonte: Google imagens
                                                                 

Assim queremos dizer que é possível fazer a diferença, basta ter vontade para assumir uma nova postura, porque fazer o ciclo de forma diferente é responsabilidade da gente mesmo!



   Por: Daniel Sala
Hadassa Marques

Referências:







quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

O VERÃO CHEGOU E COM ELE AS CHUVAS EM ITABUNA!

    Não é de hoje que as chuvas no município de Itabuna causam transtornos para a população, como enchentes, deslizamentos de morros e encostas, destelhamentos de residências, mortes. A primeira enchente registrada na cidade ocorreu em 1914, porém o evento mais famoso que marcou a história do município foi a inundação que aconteceu em dezembro de 1967 mais conhecida como “A enchente de 67”. Segundo o relato de uma moradora as águas começaram a sair pelas bocas de lobo e de repente as ruas e casas ficaram tomadas. A enchente causou grandes prejuízos aos comerciantes e residentes das proximidades do rio Cachoeira e dos locais mais baixos da cidade. De acordo com relatos de outros moradores que vivenciaram aquela cheia, as águas atingiram 2 metros de altura na Avenida Cinquentenário. 
  Avenida Cinquentenário

Ponte Calixto Midlej Filho
Em março do ano passado chuvas torrenciais que atingiram a região causaram deslizamentos em alguns locais, o que levou a morte de duas pessoas e dois feridos de uma família no município.  Parte da população corre este risco, por habitarem locais próximos a encostas e morros onde a vegetação original foi retirada, o que deixou o terreno suscetível a deslizamentos.
Nessa semana (9 de janeiro) um tempestade acompanhada de fortes ventos, provocou o destelhamento de casas e a inundação de algumas ruas, inclusive a avenida Cinquentenário, principal ponto de comércio de Itabuna, que constantemente sofre com as chuvas.


Fonte: Léo Machado
Destelhamento de casa-09/01/2012
Tais transtornos não se devem a longos períodos de chuvas, em Itabuna precipitações de cerca de uma hora já são responsáveis pelos problemas citados anteriormente. Isso ocorre por causa da impermeabilização do solo pelo asfalto, pela canalização do rio Cachoeira, e também pela pequena cobertura vegetal urbana, com isso as águas das chuvas não tem como escoar e penetrar no solo, restando apenas os bueiros para este fim; estes, por sua vez, não suportam o volume de águas decorrentes de fortes precipitações, pelo fato de serem insuficientes e/ou por estarem obstruídos por lixo. Em contrapartida, segundo site da rádio Extremo Sul AM, a Prefeitura de Itabuna tem informado ao Tribunal de Contas dos Municípios que direcionou R$ 500 mil por mês para a limpeza desses bueiros e canais de drenagem.
Além de todos os problemas causados pelas chuvas de verão, a alguns anos, durante essa época outra preocupação aflige a população itabunense: a dengue. Este ano não foi diferente, por conta do risco de uma nova epidemia da doença o prefeito já decretou situação de emergência na cidade. Isso se deve a negligência de grande parte da população, que não toma os devidos cuidados para evitar a proliferação do vetor da dengue. Uma medida interessante desenvolvida pela prefeitura são os mutirões que vem sendo realizados, com a finalidade de destruir os locais propícios para o desenvolvimento das larvas do mosquito, estes também contribuem para a sensibilização da população em relação a importância da prevenção.

Fonte: Denilton Santos
Mutirão para combate à dengue no bairro Novo Horizonte

Por:   Laís Anita da Rocha Lima
Roberta de Jesus Santos



Referências
Disponível em: <http://www.extremosulam.com.br/news/index.php?id=156&sess=19>. Acesso em: 11 de jan de 2012.
Disponível em: <http://blogmarcosfrahm.com/?m=20120105>. Acesso em: 11 de jan de 2012.
Disponível em: <http://www2.uol.com.br/aregiao/art/hist/inundada67.htm>. Acesso em: 11 de jan de 2012.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Parque Marinho em Ilhéus: uma medida de preservação do mero-canapu

Fonte: Google imagem
O Epinephelus itajara, conhecido como mero-canapu, foi alvo de intensa captura durante as décadas de 70 e 90 no ambito da pedra de Ilhéus. Essa espécie de peixe  pertence a família dos Serranídeos, representando-se como uma das maiores espécies de peixes marinho podendo  chegar a um peso de 250 kg a 400 kg e medindo até 3 metros. Além de possuir um tamanho atrativo para os caçadores submarinos tornam-se suscetíveis a captura devido sua postura destemida diante do ser humano.
O mero-canapu é uma das espécies de peixes mais vuneráveis a extinção, sendo sua captura proibida pela Portaria nº 42 de 19 de setembro de 2007 do Ministério do Meio Ambiente. O mero habita regiões de estuários, manguezais e até mesmo plataforma, preferencialmente locais de fundo de pedras e grandes tocas, como naufrágios. Sendo assim, a pedra de Ilhéus seria um local ideal para esses organismos utilizar como agregação reprodutiva, já que essa região se encontra próxima aos estuários do rio Cachoeira e Almada, uma vez que esses peixes em época de acasalamento migram para recifes próximos aos manguezais, porém sua caça demasiada, nas mediações dessa área, que ocorreram durante décadas trouxeram sérias consequências resultando um declinio na população do mero, sendo observada pelos próprios caçadores submarinos.

Fonte: Google imagem

Em razão dessa problemática, os próprios caçadores submarinos da época iniciaram um movimento, cujo o objetivo principal é garantir a preservação do mero–canapu,  o que resultou na elaboração da Lei Municipal N° 3.212 de 30/01/2006, para desenvolver uma Unidade de Conservação Municipal Marinha (UCMM), na região da pedra de Ilhéus. A partir daí, foi criado o Parque Municipal Marinho da Pedra de Ilhéus. Esse projeto contou com a parceria da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) juntamente com a coordenação do professor Gil Marcelo Reuss, Instituto Floresta Viva, Financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB) e o apoio da Fundação SOS Mata Atlântica.
Fonte: Google imagem


O parque está localizado na zona portuária de Ilhéus a aproximadamente um quilômetro da costa. Foi delimitado um polígono com cerca de 4550 m de comprimento e 1855 m de largura, totalizando uma área de 773,4 hectares. Dentro desse polígono foi demarcada área de exclusão, apresentando cerca de cerca de 14,8 hectares, onde estar excluída qualquer possibilidade de visitação e outras atividades; A área restante do parque, a qual designou-se para uso público, foi dividida em duas formas de manejo, uma para visitação que abrange uma área de 425,2 hectares e outra para tráfego de pequenas embarcações, com 333,4 hectares.
 Fonte: http://nbcgib.uesc.br/parquemarinho
O estabelecimento do Parque Municipal Marinho da Pedra de Ilhéus além de possibilitar preservação do Epinephelus itajara, bem como do ecossistema, é utilizado como ferramenta para conscientizar a sociedade que esses organismos são mais valiosos vivos do que mortos, já que o turismo submarino é uma das atividades esportivas que cresce bastante em todo o mundo. Além disso, qualquer mergulhador se sente atraído para a prática de mergulho ao lado de um mero. Contudo, exige a capacitação de pessoas para acompanhar essa atividade o que vem a ser bastante favorável para região.        

Edirlan Cardim e João Rafael